terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tempo: o ourives da vida. (Primeira jóia)

Um anjo aparece e entoando diz:
- Escreve para por um fim.
Aquele desfecho que eu nunca quis
não é possível pensar, ai de mim!
escreve, apaga, escreve, apaga...
O sentimento que ressurge a cada pensamento,
cada palavra agora materializada 
resume, assume, e concretiza o momento.
Que memória me foi dada!
Escrevi...
Agora é real, está ali, tem cor e forma
Um olhar mais atento e nota se convir,
aromas e sabores que compõe aquela Norma...
Suspiro...
O fôlego é retomado
Me dou conta que ainda respiro,
e o horizonte novamente fitado!
Hipocrisia seria dizer que passou
vejo bem na minha frente a dança das cores
algo que agora se concretizou.
A dança que outrora era devaneio de dores
se transformou em riscos dentro do pergaminho
rabiscos da mão que sai da alma
que ilustram o escrito com um florido caminho.
É chegada a hora e o dia
Nunca! não se sepulta um sonho, Nunca!
mas pergaminhos ninguém disse que não podia.
Do coração onde há tanto amor
busco, encontro e retiro a chama que inicia
tudo, sem coro e sem rancor
aos poucos se torna cinza branca.
Acolho entre as mãos que vibram ensejos
o sonho que virou arte palpável e franca
arte que virou pó, e pó que serão desejos.
O vento sopra, e ao invés do anjo
é ele quem pede, ensina e canta!
Anda menina! Abra tuas mãos e solte o que já escorre
do sonho se fez o mágico pó que encanta
Levanta, faz o teu pedido, corre!
Nada mais resta nas mãos que brincam ao vento
no coração, fé completa o vazio deixado pelo que foi retirado.
- Perseverança até chegar o devido momento...
o anjo sussurra agora no espírito aliviado.



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